A missão dos Institutos


A NOSSA MISSÃO

Um dos dons que o Espirito Santo deu à Igreja foram os Institutos Seculares. Dom concedido para que a Igreja possa realizar a sua missão de Salvação.
Os Institutos Seculares surgiram como resposta a uma das necessidades próprias do nosso tempo. Necessitam-se cristãos que sejam testemunhas ali onde vive e está o homem e a mulher. Testemunhas de Jesus mas tendo a mesma profissão, levando o mesmo estilo de vida que as outras pessoas. Numa sociedade de grandes massas anónimas e de grandes centros de trabalho, era necessário a presença de pessoas consagradas que atuassem como o fermento na massa, lado a lado com os homens e mulheres do nosso mundo.

Todos somos chamados a esta missão mas cada um de acordo com o dom da vocação que recebeu.

O contemplativo distancia-se do mundo, não com desprezo pelo mundo mas para o enriquecer com a santidade e o testemunho da sua forma de vida. Os Institutos Seculares estão no meio do mundo, ajudam à Salvação do mundo a partir de dentro, metidos, inseridos no quotidiano da existência das pessoas.

Deus vai suscitando na Igreja os carismas de que esta necessita em cada época da História. Todos os carismas são complementares pois o autor de uns e outros é o mesmo Espírito.

Os Institutos Seculares são uma forma existencial de ser e estar no mundo. Dom do Espírito à Igreja, para que o Espírito e a Igreja, se façam presentes no mundo, e assim possam transformar o mundo a partir do mundo, com a força do Espírito.

Com a Igreja contemplam a situação do mundo e das pessoas e em comunhão com ela respondem com atitudes e ações pastorais ante as necessidades e os desafios do mundo atual.

É para nós uma exigência sair ao encontro das pessoas, a partir da fé vivida radicalmente onde o homem e a mulher vivem, trabalham, lutam e sofrem, pisar a terra e estar com essas pessoas.

A humanidade de hoje vive entre a marginalização e o consumismo, entre a falta de ideal e a idolatria, entre o desencanto e a apatia, entre o desemprego e a falta de esperança. A presença coerente entre as pessoas será a nossa ação mais eficaz, com uma encarnação gozosa e com uma ação profética entre elas. Assumindo a cultura e a ciência, estar em contínuo diálogo com os homens e as mulheres de hoje.

Somente uma constante e inequívoca presença cristã em todos os ambientes poderá fazer chegar às pessoas a mensagem e a vida segundo o Evangelho. Somos chamadas a estar sempre em atitude de missão, oferecendo a forma de vida de Jesus e o Evangelho como Salvação.

Os membros dos Institutos Seculares procuram por em prática todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas ao mesmo tempo presentes e ativas nas coisas do mundo. O campo próprio da sua atividade evangelizadora é o mundo vasto e complexo da política, do social, da economia e também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos meios da comunicação social assim como de outras realidades abertas à evangelização como o amor, a família, a educação das crianças, dos jovens, o trabalho profissional, o sofrimento humano, etc. O âmbito concreto onde se evangeliza são as pessoas e a realidade cultural em que se encontram essas pessoas.

Filiação Cordimariana, para além da missão que é comum a todo o Instituto Secular tem uma peculiar forma de ser e existir herdada pelo seu fundador Santo António Maria Claret.

A Filiação Cordimariana, como já se disse noutro contexto, nasceu da intuição profética do missionário apostólico Santo António Maria Claret. Não havia circunstância nenhuma que lhe fosse estranha. O seu apostolado era universal quanto a meios, lugares e pessoas, procurando sempre os meios mais eficazes para anunciar o Evangelho. Fez do lema paulino o seu escudo Episcopal «A Caridade de Cristo me impele» (2Cor 5,14).Quando o quiseram nomearam arcebispo de Cuba, num primeiro momento sentiu que a sua ação evangelizadora ficava confinada a uma diocese e experimentou relutância em aceitar tal destino dizendo, em carta, ao núncio: «Assim ato-me a um só arcebispado quando o meu espírito é para todo o mundo» (Cfr. Aut 495,nota 564).

Maria, que ele tinha como mãe, mestra e formadora, influía no seu zelo apostólico e no seu modo de evangelizar. Claret sentia-se como uma seta nas mãos de Maria, suplicando-lhe que o que o lançasse ao mundo para fazer face a todas a s forças do mal ( Cfr. Aut.270).

Pelo que fica dito, evangelizar pertence por isso ao nosso código genético. A nossa divisa é viver o «Cristo enviado e Filho de Mulher» ( Gal,4,4), o Cristo encarnado na história, Filho de Maria com a missão de prolongar hoje a Maternidade mística  de Maria, procurando ser fecundas no mundo e na Igreja escutando aqueles que não têm voz, sempre atentas às necessidades, aos  desejos e desilusões dos homens e mulheres de hoje, curando as feridas de tanto sofrimento humano. Anunciando-lhes a alegria do Evangelho e a esperança capaz de enaltecer toda a situação humana «abrindo caminhos para o futuro e difundindo o amor em todos os lugares e em cada situação», «estando no mundo com o coração de Deus», para que o mundo tenha coração.

Esta maternidade espiritual exprime-se como solicitude pelas pessoas, especialmente pelos mais fracos. A Filha do Coração de Maria encontra deste modo o Esposo, diverso e único em cada um, de acordo com as suas próprias palavras: «tudo que fizerdes a um destes ….a mim o fizestes». O amor esponsal comporta sempre uma singular disponibilidade para ser infundido sobre todos os que se encontram no raio da sua ação.

O campo próprio da nossa atividade evangelizadora é o mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional e dos meios de comunicação.

Os membros da Filiação Cordimariana procuram assim estabelecer pontes entre a fé e a cultura e ajudar os jovens a crescer em humanidade.

Seguindo o exemplo do divino samaritano, tornamo-nos próximas de quem sofre para aliviar a sua dor e estamos sobre tudo ao serviço da vida.

Por isso sentimo-nos sempre em "saída… sempre em caminho" e com as "antenas" postas naquilo que hoje é o mais urgente: evangelizar.

A Filha do Coração de Maria sente-se chamada de modo especial a ser, através da sua consagração vivida em plenitude e com alegria, sinal da ternura de Deus para com todo o género humano. Pela sua vida é sinal de total disponibilidade para com Deus, na Igreja e para com os irmãos. Tem particular relevância o seu testemunho, que é primordial na evangelização.

Contemplativas na Ação

Para responder a esta difícil e desafiante tarefa, os membros do Instituto buscam tempos de silêncio para se encherem de Deus, para verem tudo como Deus vê, identificando-se com a sua vontade, vivendo escondida em Deus e presentes entre as pessoas, procurando ser assim contemplativas na ação.

Idalina Morais, Filiação Cordimariana